quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A Lei do esquecimento motivado

Como o próprio nome já diz, o esquecimento motivado significa que esquecemos algo porque temos razões, ou seja, estamos motivados para isto. Provavelmente tal recordação é desagradável ou perturbadora.

Há exemplos em que esquecemos algo, pois o esquecimento nos favorece de alguma forma, ex; combinamos de encontrar um amigo ou parente para lhe devolver uma roupa que nos foi emprestada, porém ao chegar ao local do encontro nos damos conta de que a roupa que deveria estar sendo devolvida, ficou em casa. Neste caso, poderia haver um desejo inconsciente de ficar mais tempo com a roupa, ou ainda de ver novamente aquela pessoa
Assim sendo, Freud apresentou uma teoria do esquecimento que decorre de sua própria teoria sobre a psiquê humana, segundo a qual nos esquecemos daquilo que nos convém esquecer.
Tal incidente pode resultar de um recalcamento, quando, como citado anteriormente nos esquecemos de lembranças perturbadoras, como constrangimentos, dores, medos, ou angústias vividas.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Educar com amor?

Tenho acompanhado nos consultórios e nas salas de aula, crianças apresentando total falta de limites em seu comportamento, acompanhadas por pais que parecem suplicar o amor dos filhos.
Entendo que muitas vezes estes pais sofreram no passado com uma educação repressora, porém hoje eles educam os filhos utilizando a antítese da educação que tiveram.
Como citou Içami Tiba, a geração "asa e pescoço", hoje cria a geração "peito e coxa". Ou seja, se antigamente os filhos ficavam com as partes que sobravam do frango, hoje são servidos em primeiro lugar. Se a educação anterior trouxe consequências danosas para a formação da geração atual, vejo que o que está ocorrendo hoje é ainda pior. Crianças que aprenderam a manipular o afeto dos pais, exímios consumistas, crescem  acreditando que a felicidade pode ser comprada. O excesso de internet leva à baixa tolerância à frustração, chegando ao extremo de casos em que adolescentes que terminam com o namorado cometem suicídio.
Aos pais cabe educar seus filhos, que os devem respeitar. A frustração faz parte do processo e só vai ajudar a criança a se tornar emocionalmente mais forte.O amor é uma consequência desta escolha, e digo mais, o amor é uma escolha. Podemos escolher se iremos amar ou não nossos pais, nossos filhos, porém educação, limites e respeito são os ingredientes principais nas relações, sem os quais nenhuma família sobrevive.
Atualmente vejo pais se debatendo para tentar educar filhos, que embora pequeninos já se comportam como tiranos. Se debatem ao acreditar que a escola X vai educá-los, que o professor X vai educá-los, ou o psicólogo Y. Grande engano, se não assumirem para si a tarefa de educar os filhos, ninguém mais poderá fazê-lo.
 

sábado, 10 de dezembro de 2016

Quando começa a terapia

Ser psicólogo é como ser uma pintura abstrata, a qual cada um vê algo diferente, vê partes suas projetadas, e a partir delas trabalha-se a si mesmo e ao outro, tal como um espelho.

Mas não basta parar por aí, na transferência e na contra transferência, tão bem descritas por Freud. É preciso colocar-se em posição humana para tocar a alma humana, como tão bem disse Jung.

Pois somos tão homens e mulheres e tão de carne e osso... e sofremos e choramos e cantamos tão belas canções!

Somos seres que vivem, amam e crescem, 

Sim, nós erramos 
E como aprendemos com os nossos próprios erros!

"Ainda que falasse a língua dos homens e dos anjos, sem amor eu nada seria"
Sim, é o amor que cura!

Devemos estudar e estudar muito e nunca parar, porém o amor é nosso ingrediente principal.

Vou mais além, e digo que o amor é uma escolha, assim como escolhemos o sabor de um bolo, assim também escolhemos amar ou não amar. 

Somos a soma daquilo que vivemos e estudamos, porém, como disse Perls "O todo é mais do que a soma de todas as partes"

Ser psicólogo hoje é ser mais do que a soma de conhecimentos que acumulamos, é vestir-se de empatia calorosa, colocar-se no lugar do outro, e como dizem os teóricos: "A terapia começa quando nos apaixonamos pelo caso"

 Mãos, Proteger, Proteção, Pai, Família, Criança, Mãe

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Quando a criança pede ajuda

Nem sempre é fácil identificar quando nossas crianças estão em sofrimento psíquico. Elas não falam como os adultos. Muitas vezes aquilo que identificamos como mau comportamento pode ser um pedido de ajuda ou de amor.
Não quero generalizar e sei que hoje em dia há muitas crianças que estão sem limites e por isto se comportam mal. Sei também que há muitos pais que estão "tirando o corpo fora" da tarefa de educar seus filhos e isto é jogá-los na amargura de serem mal educados.
Mas não é disto que eu estou falando. Falo daquela criança que se comporta mal porque o seu mundo interno está permeado de maus objetos. Que por não se sentir amada tem dificuldades em se vincular às outras pessoas e por isto não tem amigos.
Falo daquela criança que bate e chuta os outros porque já está apanhando da vida há muito tempo.
Esta é a forma que ela encontrou de pedir ajuda, esta pode ser a única forma que ela encontrou de conseguir atenção.
Por isso é necessário estarmos atentos às atitudes das crianças.
Quando atitudes de isolamento, comportamentos agressivos, dificuldades em cumprir regras e limites se repetem podem ser indicadores de que a criança está precisando de ajuda profissional.
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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Educação sem exageros

Atualmente tenho presenciado como psicóloga e como professora um total excesso de proteção dos pais em relação aos filhos, que na verdade vejo como uma desproteção, pois torna a criança ainda mais vulnerável quando lhe priva de vivenciar situações extremamente importantes para o seu desenvolvimento.
Recentemente tive que atender a mãe de um aluno na porta da sala de aula, que veio tirar satisfações com a escola, pois seu filho havia sido repreendido pela diretora. Vejo isto como uma total inversão de papéis, muitos pais querem tirar a autonomia de seus filhos, resolvendo conflitos por eles e muitas vezes desautorizando profissionais que deveriam ser respeitados no uso de suas funções. Os exemplos não acabam por aí. São inúmeras as queixas de pais contra o colega que brigou com o filho, entre outras situações do dia a dia de uma criança, que todos nós adultos já vivenciamos um dia e não morremos por isto, ao contrário, nos tornamos mais fortes.
Um outro lado relevante na educação, ainda mais cruel do que a superproteção é o dos pais que ao contrário dos que citei a cima, deixam a criança sem nenhuma assistência, completamente "largadas". Se por um lado se fortalecerão, por outro, a sensação de abandono pode causar consequências ainda mais danosas.
Nossas crianças precisam entender que ser não é sinônimo de ter. A sociedade consumista em que vivemos bombardeia nossas crianças e jovens com apelos às compras. É muito fácil cair na armadilha do comprar ao invés de estar com o filho. Nós precisamos estar presentes muito mais do que dar presentes.
Somos os modelos, para educar não basta falar, precisamos ser.
Segundo a psicóloga Roseli Sayão, os celulares e tabletes das crianças funcionam como um "cala boca", ou seja uma forma de controlá-los e não confrontá-los, mostrando como se comportar em determinado ambiente e frente a pessoas diferentes.

Nas palavras de Eugênia Puebla:

Mensagem à família:
"Na educação de nossos filhos
todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra.
Ensina-lhe a viver sem portas."

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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Remédios naturais para ter boa saúde

Nesta postagem ainda não vou falar de medicação fitoterápica, nem de florais, mas de algumas práticas bem conhecidas,e que as vezes nos esquecemos de realizar,  auxiliadoras da saúde e do bem- estar, estes remédios naturais estão ao nosso alcance e sem nos causar custos financeiros muito elevados, basta querer!!!
Lembre-se de que " se você acreditar que consegue ou que não consegue, nos dois casos estará certo".
1) Água pura: você sabia que o corpo é composto por 60% de água?  ela ajuda a hidratar a pele e colabora com o bom funcionamento dos órgãos, fundamental para a vida, recomenda-se ingerir 2 litros de água por dia;

2) Sono e descanso: uma boa saúde depende muito dos hábitos de descanso, pois este colabora para o bom funcionamento mental e físico do corpo, recomenda-se 8 horas de sono por noite.

3) Atividade física; que tal caminhar 30 minutos por dia, ou investir este tempo em outra atividade física de seu agrado? tenho certeza de que você ficará bem mais disposto (a), para realizar as tarefas do dia;

4)Sol! isso mesmo, precisamos da luz solar para produzir vitamina D, indispensável para a absorção do cálcio e fortalecimento dos ossos, além de liberar, assim como a prática de esportes, a serotonina: o neuro transmissor da felicidade;

5) Ar puro: todos sabemos que o oxigênio é fundamental para a vida, viajar para locais onde o ar é mais puro do que nas grandes cidades, é um excelente remédio natural para a preservação da vida;

6) Alimentação saudável: aumente o consumo de frutas, verduras, leguminosas e tubérculos, mantenha uma boa rotina alimentar: um excelente café da manhã, um bom almoço e um jantar simples.

7) Temperança: também conhecida como equilíbrio, devemos nos afastar de tudo aquilo que pode ser nocivo ao organismo!

8) Fé: sabe-se que os processos mentais afetam diretamente a saúde, a doença e a cura das mesmas. Assim sendo, é necessário equilibrar as dimensões; física, mental e espiritual.


Fonte:"A ciência do bom viver" E. G. White.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O que mais irrita no casamento?

Penso que o que mais irrita no casamento não é a proximidade, nem a falta de dinheiro, nem a rotina, nem as preocupações com os filhos, mas o que mais irrita no casamento é o espelho. Sim, porque o "outro", o marido, a esposa são o nosso espelho. Se você se olha no espelho e sorri, o espelho sorri de volta; obviamente se você faz uma careta ao espelho, esta lhe é imediatamente devolvida.
Em seu livro "Como mudar o que mais irrita no casamento" Gary Chapman, descreve exercícios de auto conhecimento que implicam em mudanças no casamento, ou seja, ao olharmos para dentro de nós mesmos e modificarmos atitudes e comportamentos, o mesmo ocorre com o cônjuge. Como um passe de mágica? Não, com tempo, amor e paciência.
Gary é também o autor de "as cinco linguagens do amor", neste livro são descritas as linguagens pelas quais nos sentimos amados e demonstramos amor. Assim, cada um de nós é diferente, portanto sente e demonstra o amor de forma diferente. Ao descobrirmos qual é a linguagem que "o outro" entende, fica mais fácil amar e sentir-se amado; creio que isto seja o que mais procuramos no casamento.
Se existem problemas no seu casamento, mesmo que você não se sinta culpado de nada,(inclusive não é este o intuito desta discussão), mesmo que o outro esteja errado em 95% e você só em 5%, seja a mudança que você quer ver no outro, provavelmente o espelho fará o mesmo.

domingo, 7 de agosto de 2016

As crianças e as artes

Hoje quero contar um pouquinho sobre a coleção de livros "A arte de olhar" de Nereide Schilaro Santa Rosa. Antes de desenhar é preciso nos remeter ao nosso repertorio interior de imagens, acredito que este vai sendo formado ao longo dos anos conforme quando crianças aprendemos a observar o mundo que nos cerca. As pinturas e esculturas demonstram o mundo interno dos artistas. Em "A arte de olhar flores" são retratados "Girassóis" de Vincent Van Gogh, a"A ponte japonesa" de Monet, entre outros. Já desenvolvi um projeto de artes utilizando este livro como guia e unindo-o a noutros, trabalhei junto a eles a poesia "As duas flores" de Castro Alves.
Outros títulos publicados são: A Arte de olhar: animais, famílias, crianças e festas. Por incentivar as crianças a observarem o mundo que as cerca, a coleção leva o aluno a desenvolver a observação e aumentar o repertorio de imagens de seu mundo interno. Muito didáticos e bem elaborados, os livros são de grande utilidade nas aulas de artes na Educação Infantil e no ensino fundamental, podendo serem adaptados também para o uso em consultório clínico.
Costumo dizer que a arte é um reflexo - protesto do real, nossa realidade depende daquilo que observamos. Além do capital econômico existe um capital cultural, formado por tudo aquilo que vivenciamos, aprendemos, observamos, criamos da nossa cultura. O capital cultural de nossas crianças pode ser aumentado a medida em que realizamos passeios, visitas à museus, parques, locais diversos e incorporamos nas aulas atividades de observação e criação das artes.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Como trabalho com a caixa de areia em psicoterapia

No trabalho com as crianças, a areia por si mesma já é terapêutica, sua consistência permite manipular, criar formas, trabalhar com pequenos brinquedos.
Em meu consultório montei minha própria caixa de areia, utilizei uma caixa organizadora simples de plástico, saquinhos de areia colorida ornamental, vendidos em casas de essências, de construção, ou decoração.
Tenho no consultório diversos brinquedos de plástico, tais como: soldadinhos, bonecos, carrinhos, escavadeiras, animais da fazenda, animais selvagens, brinquedos que se movem, pás pequenas, baldes, pedrinhas ornamentais. Assim, posso sugerir que as crianças criem o cenário que quiserem, ou posso pedir que criem algo específico de acordo com a dinâmica do caso.
Há crianças que enterram animais ou objetos, outras, criam praias, florestas, brincam de cozinhar, enfim, há inúmeras possibilidades de trabalho com a caixa de areia.
Além disso, a areia colorida pode ser utilizada para realizar colagens e trabalhos artísticos que geralmente ficam muito bonitos e enriquecem a auto estima das crianças.
Costumo forrar o chão embaixo da caixa com um saco plástico e combino com a criança algumas regras antecipadamente sobre o uso da caixa, para que não hajam problemas na organização da sala.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

Fazer desenhos e contar histórias

Uma das técnicas que utilizo em psicoterapia infantil é pedir para que as crianças desenhem livremente e contem histórias sobre seus desenhos. Desta forma elas podem ser avaliadas através do teste de desenho livre, além de ter um recurso a mais que são as histórias por elas criadas, que refletem seu mundo interno, seus conflitos e vivências, dando pistas sobre como trabalhar e fortalecer sua auto estima, resolver conflitos,etc.
A maioria das crianças cria histórias sem nenhuma dificuldade, porém algumas sentem-se pouco a vontade. Nestes casos eu faço algumas perguntas sobre os desenhos e as anoto, desta forma extravasam aquilo que as aflige e eu tenho recursos para avaliar os desenhos.
Em seu livro "Descobrindo Crianças", Violet Oklander sugere técnicas variadas de desenho e fantasia, como, por exemplo, pedir para as crianças criarem seu próprio mundo sobre o papel, utilizando formas, traços, linhas e cores apenas.
Um exercício bastante interessante proposto pela autora a cima citada é pedir para as crianças desenharem suas famílias como símbolos ou animais; além do teste do desenho da família, que também possui grande efetividade em psicoterapia infantil, a utilização de fantasias também é muito abrangente.
Há uma série de técnicas de artes que podem ser utilizadas em psicoterapia infantil, de forma bastante significativa: pintura com os dedos, pintura com os pés, pintura surpresa: consiste em deixar as crianças colocarem bastante tinta no centro de uma folha de papel e depois dobrá-la, ao abrir, pede-se que as crianças descrevam o que estão vendo e, possivelmente contem histórias.
Estas atividades podem ser utilizadas também em salas de aula ou em casa com crianças e seus pais.
  

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Como uso a família terapêutica e outros bonecos em psicoterapia infantil

Crianças gostam muito de trabalhar com bonecos, mas não só elas, adolescentes e até alguns adultos também sentem-se atraídos pela beleza do mundo de fantasias que os bonecos inspiram. Além disso,eles podem ser utilizados como fonte da investigação terapêutica, do extravasamento de emoções reprimidas, do trabalho com a auto estima e do papel que o indivíduo representa em sua família; entre outros temas.
No livro "Descobrindo crianças - a abordagem gestáltica com crianças e adolescentes", Violet Oaklander, descreve formas muito interessantes de se trabalhar com os bonecos em psicoterapia infantil. A autora sugere que sejam apresentadas histórias e teatrinhos pela criança ou pelo terapeuta, trazendo temas escolhidos ora por um, ora pelo outro, dependendo da problemática envolvida e de como a criança lida com ela.
Recentemente adquiri uma família de bonecos feita por uma artesã, contendo além de pai, mãe, filho, filha e bebê, também o casal de avós e a psicóloga. Uni esta família (de cor da pele branca) a uma outra que já tinha nas cores parda e negra, coloquei todos os bonecos em uma caixa bem bonita e disse às crianças que estava trazendo uma surpresa. Cada uma teve uma reação ao abrir a caixa, a maioria sorriu, algumas disseram: "Que lindo!", ou "Que gracinha!". Em alguns casos sugeri que fosse montada uma cena com os bonecos, utilizando-se como palco a sala de terapia, ou seja, poderiam escolher o local. Os mais variados conflitos surgiram nas cenas montadas, tais como: papel representado pelo indivíduo naquela família, auto imagem, como lida com diferenças raciais, entre outros; e a partir de então, foram trabalhados durante a sessão e as sessões seguintes.
Outra atividade lúdica interessante é propor às crianças que façam bonecos. Geralmente uso massinha de modelar para este fim, porém há muitas formas de se fazê-lo com o uso de papéis variados, cola, tesoura e palitos ou varetas, podendo-se incrementar com lã para os cabelos, botões, etc.
Outra sugestão interessante é trazer um personagem fixo com nome e características próprias para o trabalho com crianças, elas ficam encantadas com fantoches, e geralmente trabalham muito bem com eles. O tema pode ser apresentado pelo terapeuta, ou o mesmo pode deixar que a criança crie e recrie suas próprias histórias que nada mais são do que um reflexo daquilo que vivenciam na realidade.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Uma breve reflexão a partir da antroposofia

O que é antroposofia a final?
Correspondendo as raízes linguísticas, a palavra antroposofia, do grego antropos = homem + sophia= sabedoria, significa a sabedoria a respeito do homem.
Elaborada em princípio pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner ( 1861- 19250) procura satisfazer a busca do conhecimento do homem moderno a respeito de si mesmo.
Sua pedagogia embasada nas artes, natureza e liberdade, busca conscientizar o ser humano no mais profundo do seu ser e valorizar o caráter de cada um, o conhecimento não é visto como só intelecto, pensamento, mas também movimento e emoção, utilizados de forma equilibrada.
Este é só o começo da discussão...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Qual a verdadeira importância do passado?

Embora não possamos mudar o passado, podemos mudar o próximo minuto das nossas vidas.
É claro que muitas das experiências que vivenciamos vem para nos ensinar, porém as feridas do passado não podem nos amarrar ao ponto de paralisar nossas próximas experiências.
Feridas que nos machucaram, dores, perdas, devem ser limpas e fechadas, curadas. Talvez naquele local fique uma cicatriz, ou mesmo um queloide, porém, respeitar as cicatrizes não significa viver no passado.
A dor não pode ter a mesma intensidade que já teve um dia. Um bom psicólogo sabe a hora certa de abrir a ferida e saberá ensinar ao paciente como fechá-la e esquecê-la, mesmo que a cicatriz permaneça.
Por enquanto só posso dizer, viva e aprecie o presente!!
Excesso de passado causa depressão e excesso de futuro causa ansiedade!

domingo, 26 de junho de 2016

Uma reflexão sobre as "patologias" psicológicas

Como me identifico com a teoria da Gestalt, entendo o ser humano como uma totalidade que busca se auto-regular sendo capaz de se ajustar de forma criativa às situações. Assim sendo, a "patologia" pode ser entendida como um ajustamento, que teve uma função e foi necessária em algum momento da vida, mas ao longo do tempo foi perdendo sua função até tornar-se disfuncional.
A função do gestalt terapeuta é trabalhar com esta totalidade que compõe o ser humano, não só tratando as mágoas, dores e sofrimentos, mas trazendo a tona as potencialidades e polarizando-as.
Conhecer-se a si mesmo, integrar-se e potencializar o que tem de melhor ajudando a construir-se e reconstruir-se de forma criativa são alguns objetivos da psicoterapia.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Trabalhando com crianças no espectro autista

Meu intuito aqui não é diagnosticar, nem descrever sinais do autismo nas crianças, pois para isto seria necessário um livro inteiro e posso indicá-lo; meu objetivo agora é somente relatar o que percebo destas crianças e como trabalho com elas.
A criança autista, ou com transtorno do espectro autista em diversos níveis expressa suas necessidades, mas dificilmente é vista, ouvida ou compreendida. Com ela é necessário ir além daquilo que nos  é mostrado, além das convenções sociais. Muitos vão achar que ela é teimosa, birrenta, mimada e que seu problema é falta de limites dos pais e professores. Mas a "teimosia" típica da criança que está no espectro autista é diferente, ela possui interesse por um tema ou assunto específico e não quer parar de explorá-lo, quer ir mais além, não quer parar de fazer o que lhe dá prazer naquele momento.
Participar da atividade que a criança está desempenhando, estar com ela é muito mais prazeroso do que tentar impor atividades pré determinadas.
Consegui diálogo com uma criança assim através de alguns brinquedos que uso tanto na sala de aula, quanto no consultório, tais como; dinossauros, animais selvagens, disney gogos. A criança, um menininho de 4 anos se encantou por eles e a partir de então instaurou-se o diálogo entre nós, através do brincar. Esta relação tornou-se pra mim um presente, como um coração de cristal que carrego no peito, lindo e delicado! Após sua interação comigo, seu comportamento mudou, passou a tentar interagir com outras crianças, falar com maior frequência, participar de atividades grupais. O que eu acho que aconteceu? agora ele sente-se seguro e respeitado em suas singularidades, apenas isto.
Outro caso que gosto de mencionar é de quando consegui interação com uma criança no espectro(transtorno global) desta vez uma menina, também com 4 anos, através das tintas... nas primeiras vezes pintamos com os dedos durante horas. Aos poucos ela foi se tornando mais receptiva, em seguida soltou suas primeiras palavrinhas.
Ao passo que percebo ser o aspecto mais importante familiarizar a criança com ela mesma. A consciência de si leva à consciência do outro e à relação com ele.Das relações e interações com os outros as crianças no espectro autista vão se desenvolvendo, saindo um pouco do seu mundo particular e participando do mundo que a cerca.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Quando tudo parece desabar: a função da psicoterapia

Quando tudo parece desabar, a função da psicoterapia é ajudar o ser humano a se reconstruir.
Acredito que somos formados por uma totalidade e que este todo é mais do que a soma de todas as partes. Assim sendo, creio que a reconstrução do psiquismo após situações traumáticas, ou crises existenciais se dá a partir do trabalho em conjunto com todas as áreas da pessoa: emocional, física, espiritual, mental e social.
Quando tudo parece desabar:
1) Procure ajuda profissional, ficar sofrendo sozinho não vai resolver as coisas. Familiares e amigos são ótimas companhias para sair e conversar, mas só o psicólogo e/ou psiquiatra possui as ferramentas necessárias para ajudar você a ver os fatos de forma diferente;ele estudou pra isso, além de possuir a visão menos contaminada dos acontecimentos e da dinâmica que os envolvem.
2) Pratique a gratidão, busque dentro de si coisas que o fazem sentir grato e as escreva em uma lista. Gratidão gera gratidão!
3) Pratique boas ações, ajudar o próximo, seja com uma doação de agasalho, ou com uma simples informação como um endereço, ou uma dica de como fazer algo pode fazer você se sentir muito melhor.Bondade gera bondade!
4) Procure se exercitar: caminhe, corra, nade, enfim são muitas as atividades que você pode praticar: escolha a sua favorita, ou aquela que mais se adéqua ao seu cotidiano, e pratique. Iniciativa gera novas iniciativas!
5) Tire um tempo do seu dia para conversar com Deus!
6) Reserve um tempo para você e faça algo que aprecie, nem que seja uma hora de conversa com um amigo em um café.

Não se esqueça de que você é importante e a sua saúde depende de uma totalidade equilibrada!!
Um bom psicoterapeuta certamente saberá ajudá-lo a trabalhar nas diversas instâncias da sua vida, levando a um desenvolvimento satisfatório de suas potencialidades!!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Cantinhos de atividades diversificadas em educação infantil

Em 2015 eu já estava completando 20 anos de magistério em educação infantil. A empolgação do início já havia ido embora e muitas vezes eu pensava na mesmice da sala de aula, no quanto os alunos mais inteligentes e criativos eram aqueles que mais me davam trabalho, justamente por estarem cansados da mesmo marasmo que eu.
Comecei a questionar o que estava fazendo ali e pensei seriamente em desistir, mesmo que isto implicasse em exonerar um cargo público.
Nesta ocasião fui convidada a participar de um curso com a Dra Tizuko, educadora da USP. Neste curso, foi enfocado o brincar e a importância de deixar a criança escolher o que quer fazer e onde brincar.
Nova janela se abriu para mim, novas portas para os alunos... um universo de possibilidades.
separei um momento da rotina diária para os cantinhos: casinha, modelagem, pesquisas em enciclopédias, desenho, pintura, recorte e colagem, construtor, alfabeto móvel, entre outros.
Para dizer o mínimo: o clima da sala de aula mudou! Aquela aluna que não me deixava em paz um segundo, passava mais de 40 minutos tentando montar palavras com as letrinhas de madeira e só vinha até mim para tirar dúvidas pertinentes sobre a escrita.
aquele aluno, outrora agressivo vinha me perguntar; " 'Prô', hoje vai ter cantinhos?" e quando eu dizia que sim, ele respondia: " 'Prô', te amo tanto!"
Assim podia observá-los fazendo escolhas, brincando no cantinho que mais lhe atraiam, realizando descobertas, cumprindo regras combinadas junto ao grupo.
Parei para questionar a importância de aprender a fazer escolhas desde pequeno, pois a vida é feita de escolhas.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Fazendo massinha caseira

Na sala de aula, ou no consultório, fazer massinha junto com as crianças é uma atividade prazerosa e que desperta o interesse e a curiosidade dos pequenos para as experiências científicas, desenvolve os sentidos, o gosto pelas artes e a modelagem, entre outras utilidades.
A receita é bem simples e sempre dá certo.1 kg de farinha de trigo (pode ser vencida), 1 Kg de sal, 2 envelopes de suco em pó de mesmo sabor, meio copo pequeno de óleo de soja, 750 ml de água.
É só misturar tudo com as mãos ou o auxílio de uma colher de pau, a água deve ser acrescentada aos poucos e por último, até dar o ponto de modelar.
Se guardada em saco plástico bem fechado pode durar até 6 meses.
São inúmeras as atividades que podemos fazer com as crianças utilizando a massinha de modelar. Na sala de aula, ou no consultório, uma boa dica é utilizar forminhas plásticas, próprias para massinha, ou para biscoitos. Eu guardo tampinhas plásticas de muitos tipos e tamanhos, seringas de remédio, palitos de sorvete, entre outros objetos variados para utilizar na modelagem, as crianças gostam e aproveitam.
Uma técnica que costuma encantar crianças e adultos, individualmente ou em grupos, é pedir para que modelem um objeto, depois respondam a alguns questionamentos sobre ele ou inventem uma história completa. Se o brincar por si mesmo já é terapêutico, imagine unido à fantasias e histórias!!!

sábado, 4 de junho de 2016

Saúde e equilíbrio

Costumo dizer que a saúde do ser humano assenta-se sob o tripé: mente, corpo, espírito. Se trabalhamos somente o corpo e deixamos as duas outras instâncias de lado, isto causará um desequilíbrio em nossa psiquê. O mesmo ocorrerá se fizermos o inverso.
No que diz respeito ao corpo, tudo o que fazemos por ele está relacionado, ex: boa alimentação, beber água em abundância, praticar exercícios físicos, consultas médicas, visitas regulares ao dentista, exames preventivos, etc.
Com relação à mente e emoções, englobam cursos de extensão, graduações, ou seja, estudar sempre, psicoterapia, boas leituras, um dia de descanso na semana no mínimo, lazer, passeios, viagens.
No que diz respeito ao espírito, entram os outros 2 aspectos e tudo o que se relaciona a eles, mais  a espiritualidade.
No livro "O segredo das pessoas que nunca ficam doentes", Stone percebeu que 5 povos ao redor do mundo eram os mais saudáveis: a Barbagia, na Itália; Oknawa, no Japão; a comunidade dos adventistas do sétimo dia, na Califórnia; a península de Nicoya, na Costa Rica; e a ilha Grega de Ikaria.
Com destaque ao que se pode trabalhar em psicoterapia: aprender a perdoar, ter atitudes positivas em relação á vida, ser agradável, definir seus objetivos, dar prioridade às pessoas amadas, são algumas das dicas descritas no livro.

sábado, 28 de maio de 2016

Como uso testes projetivos em psicoterapia

Desde que iniciei meu trabalho como psicóloga, utilizo em meus atendimentos com crianças, adolescentes e adultos, técnicas sugeridas no livro "Descobrindo crianças" de Violet Oaklander. A autora propõe em seu livro, na página 200, como fazer suas próprias  manchas de tinta, no estilo do teste Rorchach, ela indica utilizar corantes de comida. Porém preferi realizar a técnica com cores variadas de tinta guache aguada. "Espalhe, salpique ou derrame algumas cores de tinta numa folha de papel, dobre o mesmo de forma delicada, ao abrir terá sua própria mancha colorida, na qual poderá ver uma variedade de coisas."
Em meu consultório, peço para os pacientes (independente da idade) que me digam o que estão vendo e trabalho com o conteúdo que trazem. "Pode-se pedir para que inventem histórias, que sejam o que estão vendo, que mantenham uma conversa entre as suas partes, etc." É incrível a riqueza das projeções dos pacientes com as manchas... são trabalhados inúmeros conceitos através delas!