terça-feira, 19 de julho de 2016

Como trabalho com a caixa de areia em psicoterapia

No trabalho com as crianças, a areia por si mesma já é terapêutica, sua consistência permite manipular, criar formas, trabalhar com pequenos brinquedos.
Em meu consultório montei minha própria caixa de areia, utilizei uma caixa organizadora simples de plástico, saquinhos de areia colorida ornamental, vendidos em casas de essências, de construção, ou decoração.
Tenho no consultório diversos brinquedos de plástico, tais como: soldadinhos, bonecos, carrinhos, escavadeiras, animais da fazenda, animais selvagens, brinquedos que se movem, pás pequenas, baldes, pedrinhas ornamentais. Assim, posso sugerir que as crianças criem o cenário que quiserem, ou posso pedir que criem algo específico de acordo com a dinâmica do caso.
Há crianças que enterram animais ou objetos, outras, criam praias, florestas, brincam de cozinhar, enfim, há inúmeras possibilidades de trabalho com a caixa de areia.
Além disso, a areia colorida pode ser utilizada para realizar colagens e trabalhos artísticos que geralmente ficam muito bonitos e enriquecem a auto estima das crianças.
Costumo forrar o chão embaixo da caixa com um saco plástico e combino com a criança algumas regras antecipadamente sobre o uso da caixa, para que não hajam problemas na organização da sala.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

Fazer desenhos e contar histórias

Uma das técnicas que utilizo em psicoterapia infantil é pedir para que as crianças desenhem livremente e contem histórias sobre seus desenhos. Desta forma elas podem ser avaliadas através do teste de desenho livre, além de ter um recurso a mais que são as histórias por elas criadas, que refletem seu mundo interno, seus conflitos e vivências, dando pistas sobre como trabalhar e fortalecer sua auto estima, resolver conflitos,etc.
A maioria das crianças cria histórias sem nenhuma dificuldade, porém algumas sentem-se pouco a vontade. Nestes casos eu faço algumas perguntas sobre os desenhos e as anoto, desta forma extravasam aquilo que as aflige e eu tenho recursos para avaliar os desenhos.
Em seu livro "Descobrindo Crianças", Violet Oklander sugere técnicas variadas de desenho e fantasia, como, por exemplo, pedir para as crianças criarem seu próprio mundo sobre o papel, utilizando formas, traços, linhas e cores apenas.
Um exercício bastante interessante proposto pela autora a cima citada é pedir para as crianças desenharem suas famílias como símbolos ou animais; além do teste do desenho da família, que também possui grande efetividade em psicoterapia infantil, a utilização de fantasias também é muito abrangente.
Há uma série de técnicas de artes que podem ser utilizadas em psicoterapia infantil, de forma bastante significativa: pintura com os dedos, pintura com os pés, pintura surpresa: consiste em deixar as crianças colocarem bastante tinta no centro de uma folha de papel e depois dobrá-la, ao abrir, pede-se que as crianças descrevam o que estão vendo e, possivelmente contem histórias.
Estas atividades podem ser utilizadas também em salas de aula ou em casa com crianças e seus pais.
  

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Como uso a família terapêutica e outros bonecos em psicoterapia infantil

Crianças gostam muito de trabalhar com bonecos, mas não só elas, adolescentes e até alguns adultos também sentem-se atraídos pela beleza do mundo de fantasias que os bonecos inspiram. Além disso,eles podem ser utilizados como fonte da investigação terapêutica, do extravasamento de emoções reprimidas, do trabalho com a auto estima e do papel que o indivíduo representa em sua família; entre outros temas.
No livro "Descobrindo crianças - a abordagem gestáltica com crianças e adolescentes", Violet Oaklander, descreve formas muito interessantes de se trabalhar com os bonecos em psicoterapia infantil. A autora sugere que sejam apresentadas histórias e teatrinhos pela criança ou pelo terapeuta, trazendo temas escolhidos ora por um, ora pelo outro, dependendo da problemática envolvida e de como a criança lida com ela.
Recentemente adquiri uma família de bonecos feita por uma artesã, contendo além de pai, mãe, filho, filha e bebê, também o casal de avós e a psicóloga. Uni esta família (de cor da pele branca) a uma outra que já tinha nas cores parda e negra, coloquei todos os bonecos em uma caixa bem bonita e disse às crianças que estava trazendo uma surpresa. Cada uma teve uma reação ao abrir a caixa, a maioria sorriu, algumas disseram: "Que lindo!", ou "Que gracinha!". Em alguns casos sugeri que fosse montada uma cena com os bonecos, utilizando-se como palco a sala de terapia, ou seja, poderiam escolher o local. Os mais variados conflitos surgiram nas cenas montadas, tais como: papel representado pelo indivíduo naquela família, auto imagem, como lida com diferenças raciais, entre outros; e a partir de então, foram trabalhados durante a sessão e as sessões seguintes.
Outra atividade lúdica interessante é propor às crianças que façam bonecos. Geralmente uso massinha de modelar para este fim, porém há muitas formas de se fazê-lo com o uso de papéis variados, cola, tesoura e palitos ou varetas, podendo-se incrementar com lã para os cabelos, botões, etc.
Outra sugestão interessante é trazer um personagem fixo com nome e características próprias para o trabalho com crianças, elas ficam encantadas com fantoches, e geralmente trabalham muito bem com eles. O tema pode ser apresentado pelo terapeuta, ou o mesmo pode deixar que a criança crie e recrie suas próprias histórias que nada mais são do que um reflexo daquilo que vivenciam na realidade.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Uma breve reflexão a partir da antroposofia

O que é antroposofia a final?
Correspondendo as raízes linguísticas, a palavra antroposofia, do grego antropos = homem + sophia= sabedoria, significa a sabedoria a respeito do homem.
Elaborada em princípio pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner ( 1861- 19250) procura satisfazer a busca do conhecimento do homem moderno a respeito de si mesmo.
Sua pedagogia embasada nas artes, natureza e liberdade, busca conscientizar o ser humano no mais profundo do seu ser e valorizar o caráter de cada um, o conhecimento não é visto como só intelecto, pensamento, mas também movimento e emoção, utilizados de forma equilibrada.
Este é só o começo da discussão...