quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A Lei do esquecimento motivado

Como o próprio nome já diz, o esquecimento motivado significa que esquecemos algo porque temos razões, ou seja, estamos motivados para isto. Provavelmente tal recordação é desagradável ou perturbadora.

Há exemplos em que esquecemos algo, pois o esquecimento nos favorece de alguma forma, ex; combinamos de encontrar um amigo ou parente para lhe devolver uma roupa que nos foi emprestada, porém ao chegar ao local do encontro nos damos conta de que a roupa que deveria estar sendo devolvida, ficou em casa. Neste caso, poderia haver um desejo inconsciente de ficar mais tempo com a roupa, ou ainda de ver novamente aquela pessoa
Assim sendo, Freud apresentou uma teoria do esquecimento que decorre de sua própria teoria sobre a psiquê humana, segundo a qual nos esquecemos daquilo que nos convém esquecer.
Tal incidente pode resultar de um recalcamento, quando, como citado anteriormente nos esquecemos de lembranças perturbadoras, como constrangimentos, dores, medos, ou angústias vividas.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Educar com amor?

Tenho acompanhado nos consultórios e nas salas de aula, crianças apresentando total falta de limites em seu comportamento, acompanhadas por pais que parecem suplicar o amor dos filhos.
Entendo que muitas vezes estes pais sofreram no passado com uma educação repressora, porém hoje eles educam os filhos utilizando a antítese da educação que tiveram.
Como citou Içami Tiba, a geração "asa e pescoço", hoje cria a geração "peito e coxa". Ou seja, se antigamente os filhos ficavam com as partes que sobravam do frango, hoje são servidos em primeiro lugar. Se a educação anterior trouxe consequências danosas para a formação da geração atual, vejo que o que está ocorrendo hoje é ainda pior. Crianças que aprenderam a manipular o afeto dos pais, exímios consumistas, crescem  acreditando que a felicidade pode ser comprada. O excesso de internet leva à baixa tolerância à frustração, chegando ao extremo de casos em que adolescentes que terminam com o namorado cometem suicídio.
Aos pais cabe educar seus filhos, que os devem respeitar. A frustração faz parte do processo e só vai ajudar a criança a se tornar emocionalmente mais forte.O amor é uma consequência desta escolha, e digo mais, o amor é uma escolha. Podemos escolher se iremos amar ou não nossos pais, nossos filhos, porém educação, limites e respeito são os ingredientes principais nas relações, sem os quais nenhuma família sobrevive.
Atualmente vejo pais se debatendo para tentar educar filhos, que embora pequeninos já se comportam como tiranos. Se debatem ao acreditar que a escola X vai educá-los, que o professor X vai educá-los, ou o psicólogo Y. Grande engano, se não assumirem para si a tarefa de educar os filhos, ninguém mais poderá fazê-lo.
 

sábado, 10 de dezembro de 2016

Quando começa a terapia

Ser psicólogo é como ser uma pintura abstrata, a qual cada um vê algo diferente, vê partes suas projetadas, e a partir delas trabalha-se a si mesmo e ao outro, tal como um espelho.

Mas não basta parar por aí, na transferência e na contra transferência, tão bem descritas por Freud. É preciso colocar-se em posição humana para tocar a alma humana, como tão bem disse Jung.

Pois somos tão homens e mulheres e tão de carne e osso... e sofremos e choramos e cantamos tão belas canções!

Somos seres que vivem, amam e crescem, 

Sim, nós erramos 
E como aprendemos com os nossos próprios erros!

"Ainda que falasse a língua dos homens e dos anjos, sem amor eu nada seria"
Sim, é o amor que cura!

Devemos estudar e estudar muito e nunca parar, porém o amor é nosso ingrediente principal.

Vou mais além, e digo que o amor é uma escolha, assim como escolhemos o sabor de um bolo, assim também escolhemos amar ou não amar. 

Somos a soma daquilo que vivemos e estudamos, porém, como disse Perls "O todo é mais do que a soma de todas as partes"

Ser psicólogo hoje é ser mais do que a soma de conhecimentos que acumulamos, é vestir-se de empatia calorosa, colocar-se no lugar do outro, e como dizem os teóricos: "A terapia começa quando nos apaixonamos pelo caso"

 Mãos, Proteger, Proteção, Pai, Família, Criança, Mãe