terça-feira, 20 de setembro de 2016

Educação sem exageros

Atualmente tenho presenciado como psicóloga e como professora um total excesso de proteção dos pais em relação aos filhos, que na verdade vejo como uma desproteção, pois torna a criança ainda mais vulnerável quando lhe priva de vivenciar situações extremamente importantes para o seu desenvolvimento.
Recentemente tive que atender a mãe de um aluno na porta da sala de aula, que veio tirar satisfações com a escola, pois seu filho havia sido repreendido pela diretora. Vejo isto como uma total inversão de papéis, muitos pais querem tirar a autonomia de seus filhos, resolvendo conflitos por eles e muitas vezes desautorizando profissionais que deveriam ser respeitados no uso de suas funções. Os exemplos não acabam por aí. São inúmeras as queixas de pais contra o colega que brigou com o filho, entre outras situações do dia a dia de uma criança, que todos nós adultos já vivenciamos um dia e não morremos por isto, ao contrário, nos tornamos mais fortes.
Um outro lado relevante na educação, ainda mais cruel do que a superproteção é o dos pais que ao contrário dos que citei a cima, deixam a criança sem nenhuma assistência, completamente "largadas". Se por um lado se fortalecerão, por outro, a sensação de abandono pode causar consequências ainda mais danosas.
Nossas crianças precisam entender que ser não é sinônimo de ter. A sociedade consumista em que vivemos bombardeia nossas crianças e jovens com apelos às compras. É muito fácil cair na armadilha do comprar ao invés de estar com o filho. Nós precisamos estar presentes muito mais do que dar presentes.
Somos os modelos, para educar não basta falar, precisamos ser.
Segundo a psicóloga Roseli Sayão, os celulares e tabletes das crianças funcionam como um "cala boca", ou seja uma forma de controlá-los e não confrontá-los, mostrando como se comportar em determinado ambiente e frente a pessoas diferentes.

Nas palavras de Eugênia Puebla:

Mensagem à família:
"Na educação de nossos filhos
todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra.
Ensina-lhe a viver sem portas."

Resultado de imagem para imagens crianças livres

Nenhum comentário:

Postar um comentário